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Netflix (pra alguns…)
24/ago/2018

Netflix (pra alguns…)

Essa não é nenhuma novidade – os brasileiros já perceberam as vantagens dos serviços de streaming: muito conteúdo por um preço acessível, que você tem liberdade para consumir quando e onde quiser. Sem comerciais, sem regras, sem obrigatoriedades.

É óbvio pensar que quem mais perde com isso é a TV a cabo. E esse é um fato. De acordo com a 5ª edição da pesquisa Geek Power, realizada pelo Omelete Group, em parceria com o Ibope Conecta, em dezembro de 2017, os assinantes de TV a cabo caíram de 85% para 68% em dois anos. A própria Anatel já havia mencionado que a perda do setor foi de mais de 300 mil consumidores entre 2016 e 2017.

Podemos atribuir essa queda a diversos fatores: preço do serviço em um cenário econômico pouco animador, produtos pouco exclusivos, baixa qualidade na entrega e, até mesmo, rigidez dos pacotes.

E se o impacto tem sido esmagador nas operadoras de TV a cabo, como o serviço de streaming tem afetado a televisão aberta?

Nos Estados Unidos, por exemplo, alguns canais passaram a adotar uma política de corte de comerciais em horário nobre, alegando que há uma necessidade cada vez maior de reformular seu formato.

No Brasil, há muito tempo, ventila-se a informação de que a Netflix poderá trabalhar em conjunto com as emissoras. O inverso já funciona: novelas da Record e da SBT, por exemplo, figuram no catálogo da provedora.

A Rede Globo, maior produtora de conteúdo de entretenimento do país, tenta reduzir o impacto, investindo, cada vez mais, em sua própria plataforma de streaming, o GloboPlay. Nele, os assinantes podem assistir a novelas, séries e programas através de uma módica assinatura. Muitos deles, inclusive, são disponibilizados antes mesmo de irem ao ar para todo o país.

No entanto, o tipo de conteúdo é exatamente o mesmo para as duas mídias. E aí temos mais um entrave – se há uma “solução” para essa nova forma de consumo, sua produção tem sido cada vez mais desafiadora.

O diretor José Padilha, por exemplo, já citou, em diversas entrevistas, que o modelo de streaming permite que o trabalho seja mais ousado e, criativamente, a equipe pode ser mais livre e franca em suas obras.

Já o ator Marco Pigossi, considerado um dos galãs globais da nova geração, não renovou seu contrato com a emissora e, atualmente, participa das gravações de “Tidelands”, nova série australiana da Netflix. Importante lembrar: diz-se no mercado que a emissora não cede seus artistas para a plataforma, como faz para produções de cinema e teatro, pois tem sentido o impacto da concorrência.

Sabemos que a televisão ainda tem um papel muito forte na vida do brasileiro. Mas, indiscutivelmente, os novos formatos de mídia vêm fazendo com que os meios de comunicação tradicionais se reinventem, incluindo a produção conteúdo e o casting.

 

Fontes:

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24/ago/2018

Netflix (pra alguns…)

Essa não é nenhuma novidade – os brasileiros já perceberam as vantagens dos serviços de streaming: muito conteúdo por um preço acessível, que você tem liberdade para consumir quando e onde quiser. Sem comerciais, sem regras, sem obrigatoriedades.

É óbvio pensar que quem mais perde com isso é a TV a cabo. E esse é um fato. De acordo com a 5ª edição da pesquisa Geek Power, realizada pelo Omelete Group, em parceria com o Ibope Conecta, em dezembro de 2017, os assinantes de TV a cabo caíram de 85% para 68% em dois anos. A própria Anatel já havia mencionado que a perda do setor foi de mais de 300 mil consumidores entre 2016 e 2017.

Podemos atribuir essa queda a diversos fatores: preço do serviço em um cenário econômico pouco animador, produtos pouco exclusivos, baixa qualidade na entrega e, até mesmo, rigidez dos pacotes.

E se o impacto tem sido esmagador nas operadoras de TV a cabo, como o serviço de streaming tem afetado a televisão aberta?

Nos Estados Unidos, por exemplo, alguns canais passaram a adotar uma política de corte de comerciais em horário nobre, alegando que há uma necessidade cada vez maior de reformular seu formato.

No Brasil, há muito tempo, ventila-se a informação de que a Netflix poderá trabalhar em conjunto com as emissoras. O inverso já funciona: novelas da Record e da SBT, por exemplo, figuram no catálogo da provedora.

A Rede Globo, maior produtora de conteúdo de entretenimento do país, tenta reduzir o impacto, investindo, cada vez mais, em sua própria plataforma de streaming, o GloboPlay. Nele, os assinantes podem assistir a novelas, séries e programas através de uma módica assinatura. Muitos deles, inclusive, são disponibilizados antes mesmo de irem ao ar para todo o país.

No entanto, o tipo de conteúdo é exatamente o mesmo para as duas mídias. E aí temos mais um entrave – se há uma “solução” para essa nova forma de consumo, sua produção tem sido cada vez mais desafiadora.

O diretor José Padilha, por exemplo, já citou, em diversas entrevistas, que o modelo de streaming permite que o trabalho seja mais ousado e, criativamente, a equipe pode ser mais livre e franca em suas obras.

Já o ator Marco Pigossi, considerado um dos galãs globais da nova geração, não renovou seu contrato com a emissora e, atualmente, participa das gravações de “Tidelands”, nova série australiana da Netflix. Importante lembrar: diz-se no mercado que a emissora não cede seus artistas para a plataforma, como faz para produções de cinema e teatro, pois tem sentido o impacto da concorrência.

Sabemos que a televisão ainda tem um papel muito forte na vida do brasileiro. Mas, indiscutivelmente, os novos formatos de mídia vêm fazendo com que os meios de comunicação tradicionais se reinventem, incluindo a produção conteúdo e o casting.

 

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